Dentre os diversos sistemas em um veículo o sistema de ignição é um dos principais. Composto, na maioria das vezes, por Bobina (foto 1), Cabos de vela (foto 2) e Velas de ignição (foto 3) é responsável por fornecer a centelha na vela de Ignição, onde se inicia a combustão dentro do cilindro e após isso o movimento dos pistões acontece.
Estudos indicam que cerca de 70% dos defeitos em um veículo estão ligados direta ou indiretamente ao sistema de ignição, ou seja, influenciam no sistema de ignição. Com isso se entendermos o sinal podemos chegar assertivamente na solução da maioria dos problemas em um veículo.
Com uma ferramenta específica (foto 4) e um osciloscópio, capturamos o sinal do secundário da bobina, vamos analisa-lo a seguir...
1 - Tempo de carregamento da bobina.
É o tempo em que a ECU do motor manda sinal para carregar eletricamente o setor primário da bobina. Neste momento temos o acúmulo de "força" da bobina.
Problemas vindos da ECU do motor podem influenciar diminuindo o tempo de carregamento e com isso resultando em um baixo acúmulo de "força" da bobina.
2 - Tensão de pico de disparo.
Neste momento o sinal de carregamento do primário é cortado e os elétrons agitados precisam ir para algum lugar, os elétrons "pulam" para o enrolamento secundário da bobina e chegam até a vela de ignição, na vela temos o GAP de abertura dos eletrodos e a TENSÃO DE PICO é justamente a força que a bobina realiza para fazer a centelha "pular" de um eletrodo a outro da vela. Problemas mecânicos de compressão no cilindro podem aumentar ou diminuir a tensão de pico bem como problemas de desgaste nas velas.
3 - Tensão/Tempo de ignição.
Neste momento a centelha está "ligada" na vela de ignição e continua ligada de acordo com o tempo que a ECU do motor determinar. O tempo de ignição pode ser influenciado negativamente se a bobina não estiver saudável (famoso código de falha P300 ...) gerando com isso os famosos encurtamentos no tempo de ignição(ou de queima). Já a tensão de ignição pode aumentar caso tenhamos algum componente oferecendo resistência acima da projetada, por exemplo, cabos de vela com defeito.
4 - Tensão residual da bobina.
A Tensão residual é o final do processo, quando o sinal da bobina cessa e temos essa tensão residual significa que a bobina está saudável. O resultado do trabalho da bobina não termina como uma chave liga/desliga a tensão resultante deste trabalho é dissipada pelo bloco do motor que está em contato direto com o eletrodo massa da vela de ignição. Uma bobina defeituosa não gera essa tensão residual e em alguns casos velas de ignição muito gastas também influenciam neste sinal.
Entender como um componente ou sistema funciona é primordial para solucionar com precisão a falha em um veículo, diminuindo com isso a troca de peças desnecessárias, dando margem para cobrar uma mão-de-obra mais justa, e diminuindo o orçamento final para o dono do veículo.
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Reparador automotivo, atuando hoje na maior SISTEMISTA de tecnologia automotiva do mundo. Especialista em Diagnostico Avançado. Trabalhando diariamente com equipamentos automotivos como ferramentas especiais, scanners e osciloscópios.